Tarifários indexados voltam a ser uma opção - Esteja atento
Há um ano que a eletricidade (no indexado) não estava tão barata. Pelas contas que fiz à média de abril, os tarifários indexados de eletricidade voltaram a compensar face aos tarifários fixos.
Se bem se lembra, entre 2019 e 2021 e entre 2022 e junho de 2024 quem aderiu a este tipo de tarifários (nas empresas mais baratas), poupou centenas ou até milhares de euros.
Depois - desde o verão do ano passado - deixou de compensar e "aconselhei" as pessoas a saírem desse tarifário até nova indicação. Neste momento, alerto-o que, pelas minhas contas, os tarifários indexados voltaram - desde março de 2025 - a ser uma opção a considerar. Ninguém sabe se a tendência vai continuar, mas este é o retrato atual.
O que são tarifários indexados
Para quem não sabe do que estamos a falar, há dois tipos de tarifários de eletricidade: um em que paga mensalmente um tarifário fixo pelo kWh e outro em que o preço é variável todos os meses, conforme o preço a que as empresas compraram a eletricidade nesse mês- seja caro ou barato - e acrescentam uma margem de lucro fixa (o ideal é perto de meio cêntimo). O tarifário indexado vale a pena quando a eletricidade está barata, mas deve sair dele quando a eletricidade (no mercado "abastecedor") está cara.
Aviso também que alguns consumidores achavam que estavam a poupar nos tarifários indexados porque olhavam para a fatura, mas esqueciam-se de somar as Tarifas de Acesso às Redes (TAR) ao preço do kWh que viam na fatura. Ou seja, devem somar sempre mais 6 cêntimos ao preço da energia + a margem de lucro (se não estiver contemplada no preço da energia).
A ideia é estarmos sempre atentos, para reorganizamos a nossa vida - de acordo com as alterações nos mercados - e gastarmos sempre o menos possível. Ser um consumidor informado é isto: agir de acordo com as circunstâncias.
Se não sabe o que é um tarifário indexado de eletricidade, leia este artigo (foi escrito quando compensava bastante).
O indexado voltou a ser dos mais baratos em março
A média de abril, já com o mês completo, ficou nos 25,4 euros o MegaWatt/hora (metade do mês anterior). Com esta descida, o preço final do indexado foi de 10,5 cêntimos o kWh. Ou seja, muito abaixo dos fixos mais baratos (14 cêntimos) e abaixo do regulado (16 cêntimos). Como pode ver abaixo, houve muitos dias/horários em que a eletricidade esteve "de graça".
Seja qual for a sua situação, tente primeiro renegociar os preços junto da sua própria empresa. Por exemplo, algumas empresas baixam os preços a alguns clientes que pedem. Pode ler aqui o exemplo que tive com uma. Quase todas as empresas fazem isso, se ameaçar mudar de empresa e mostrar que há preços mais baixos na concorrência.
Num artigo que irei publicar nos próximos dias, farei a lista das 10 empresas mais baratas este mês.
Não se esqueça de que deve levar em conta também o preço da potência contratada. Pode alterar estas contas, sobretudo para quem tem consumos muito baixos. Mas continuo a insistir que, na minha opinião, deve levar em conta sobretudo o preço do kWh como critério principal, porque é o que mais pesa na fatura.
Mudem sempre que encontrarem um kWh mais barato noutra empresa. Faça as suas contas.
Para encontrar as empresas que têm tarifários mais baratos use o simulador da ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos) ou pesquise no Google “tarifários eletricidade”, contacte as empresas e compare o preço do kWh que está a pagar na sua fatura com os preços que lhe oferecerem. São elas que tratam da passagem da sua empresa atual para a nova. Não tem de fazer nada. Não tenho ligação a nenhuma empresa. Você escolhe a que quiser.
Se quiser poupar, tem de estar atento e ser uma pessoa informada. E agir com rapidez assim que encontrar mais barato. Verifique regularmente os tarifários das várias empresas e compare com o que está a pagar.
O indexado pode voltar a compensar nos próximos meses. Esteja atento para decidir rapidamente para poupar outra vez. Fica o alerta.