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Certificados de Aforro vão render menos em abril com taxa de juro base abaixo de 2,5%

A rentabilidade dos Certificados de Aforro vai cair em abril depois de este mês a média da Euribor a três meses se ter fixado em 2,414%, abaixo da taxa de juro base de 2,5% definida para a Série F.

Inês de Almeida Fernandes

Os Certificados de Aforro vão render menos em abril depois da média da Euribor a três meses, utilizada para calcular as taxas de juro deste produto financeiro, se ter fixado em 2,414% este mês. O valor ficou abaixo dos 2,5% definidos como taxa de juro base para a Série F pela primeira vez em dois anos, pelo que os investidores vão receber menos no próximo mês.

A quebra não é surpreendente considerando a tendência de descida mais expressiva das Euribor, de uma forma geral, desde junho do ano passado.

No caso específico da Euribor a três meses, a quebra tem vindo a tornar-se mais evidente desde o início do ano, pelo que já era expectável que a Série F deixasse de render a taxa de juro base de 2,5%.

De referir que 2,5% é a percentagem de juros que qualquer cidadão que subscreva a Série F receberia enquanto a Euribor a três meses se mantivesse acima dos 2,5%. Contudo, o valor total de juros recebidos pode variar consoante os prémios de permanência.

Ainda assim, isto não significa que os aforristas devam desistir dos Certificados de Aforro ou retirar dinheiro que lá tenham investido. Apesar das quebras, este continuará a ser um dos produtos mais vantajosos com capital garantido.

Quem tenha Certificados de Aforro subscritos há mais tempo começa a ter direito a prémios de permanência que a partir do segundo ano de subscrição, por exemplo, já valem 0,25%, que acresce à taxa de juro base.

Isto é, ainda que a taxa de juro base esteja abaixo dos 2,5%, pode ser de alguma forma compensada pelos prémios de permanência. No entanto, há sempre o risco de perder dinheiro para a inflação, pelo que investimento noutro tipo de produtos financeiros que rendam mais é aconselhado.

Depósitos a prazo continuam a cair

Além das quebras nos Certificados de Aforro, os depósitos a prazo também continuam a cair. Neste caso, não se trata de uma situação nova, uma vez que a desvalorização já acontece há mais de um ano e que desde outubro de 2024 que a sua rentabilidade está abaixo dos 2% em quase todos os prazos.

De acordo com dados do Banco de Portugal, a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares em janeiro diminuiu pelo 13.º mês consecutivo, para 1,98%.

Em janeiro, os novos depósitos com prazo até um ano apresentaram uma taxa de juro média de 1,99%, mantendo-se o prazo com remuneração média mais elevada.

No caso dos novos depósitos com prazo entre um e dois anos, a taxa de juro média fixou-se em 1,63%, ao passo que para aplicações por período superior a dois anos a taxa ficou pelos 1,46%.

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