O podcast de sempre, agora mais inclusivo!
Como a literacia financeira é um aspeto fundamental para a boa gestão das finanças pessoais, os podcasts do Contas-poupança tornam-se agora mais inclusivos e passarão a ser publicados também em texto, nomeadamente para incluir a comunidade surda, pessoas que – não sendo surdas – têm dificuldades auditivas e, claro, todos os que ainda não perceberam como funcionam os podcasts ou que simplesmente preferem ler. Estamos também a trabalhar a possibilidade de traduzir o podcast para Língua Gestual Portuguesa, mas essa vai demorar mais tempo.
É o seu podcast de sempre, mas a partir de agora pode escolher lê-lo ou ouvi-lo. Aguardo as vossas criticas e sugestões.
Será que tem medo de ganhar dinheiro e não sabe?
[Introdução]
[Pedro Andersson]
Olá! Sou o Pedro Andersson, jornalista especializada em finanças pessoais, e aproveito as minhas viagens de carro para falar consigo sobre dinheiro. Juntos vamos tentando encontrar maneiras de termos mais dinheiro ao fim do mês ou ao fim de cada ano. Não se esqueça de subscrever este podcast, de o partilhar, de acionar as notificações, de dar as estrelinhas que entender e de subscrever a Newsletter em contaspoupanca.pt para receber todas as dicas que diariamente coloco lá.
É a principal fonte de informação do Contas-poupança, página que também encontra nas redes sociais Facebook, Instagram e também Youtube, onde tenho alguns vídeos. Não se esqueça também que já publiquei cinco livros com todas estas dicas para aquelas pessoas que querem ter tudo organizado. Tem os links para esses livros na descrição deste podcast.
A pergunta pode parecer lhe um bocadinho estranha, mas será que tem medo de ganhar dinheiro? A sua resposta muito provavelmente será “eu, medo de ganhar dinheiro? Era o que faltava”. Apesar de aparentemente tudo o que vier seja bem-vindo, quero dizer-lhe que encontro muitas pessoas que não querem ganhar dinheiro e se calhar você também faz parte desse grupo e não sabe.
O que é que quero dizer com isto? Vou dar alguns exemplos para perceber do que estou a falar. Recentemente, recebi uma mensagem de uma senhora que, um bocadinho aflita, me perguntava o que devia fazer para não pagar impostos ou para pagar menos impostos. Explicava ela que tinha três casas, que ia pagar muitos impostos, provavelmente muito IMI, ou teria outros rendimentos ou muitas despesas com as três casas.
Perante o cenário de pagar muito IRS, ou muitos impostos, ela queria pagar menos. Perguntei-lhe, então, das três casas que tem, quantas é que lhe estavam a dar rendimento, ao que ela me responde “nenhuma”. Mas porque é que não está a ganhar dinheiro com essas casas, perguntei eu, ao que a senhora me respondeu que não quer pagar impostos. Então, mas as pessoas não querem ganhar dinheiro para não ter de pagar impostos?
Esta situação é muito semelhante a uma outra situação real em que já ouvi pessoas dizer que preferem não ser aumentadas no trabalho para não subirem de escalão no IRS. E eu pergunto sempre, mas como é possível alguém não querer ser aumentado para não ter de pagar mais impostos? Reparem, é virtualmente impossível alguém pagar mais imposto do que o seu rendimento, porque o imposto é uma percentagem do rendimento.
Quem me dera a mim, e não fiquem chocados com isto que estou a dizer, mas quem me dera a mim pagar mais impostos, porque isso ia significar que tinha ganho mais dinheiro. Estão a acompanhar-me no raciocínio? Nós temos medo de ganhar dinheiro e isto choca-me agora, porque há uns anos não me chocava nada, até porque pensava também da mesma maneira.
Vou dar-vos um outro exemplo. Houve uma altura no princípio da minha vida de investidor, investidor entre aspas, porque sou apenas um cidadão, não sou num profissional dos investimentos, em que andava à procura de investimentos que tivessem as comissões mais baixas ou que não tivessem comissões.
E então perguntava sempre quanto é que o investimento tinha rendido em média nos últimos anos e qual era a comissão de gestão face às percentagens de rendimento. Se me dissessem que era de 2% eu já não investia, porque o meu pensamento era que não ia estar a ganhar 5% ou 6% para ter de pagar 2% sem eles fazerem nada? Recusei alguns investimentos com base nas comissões, porque considerava que eram muito elevadas.
Atenção: é importante comparar comissões para o mesmo produto, mas o facto de um produto ter comissões não significa que seja mau. Eu só rodei a chave, como dizem os brasileiros, só mudei o chip, quando um desses especialistas que utilizava como fonte de informação me disse assim: “mas preferes ganhar 3% e não pagar comissões ou pagar pouco, ou preferes ter um produto em que tens 6% de crescimento, mas pagas 3% de comissão?”. O que interessa é ter lucro líquido após as comissões, disse-me ele na altura.
Se tenho um rendimento maior, mas também tenho de pagar uma comissão maior, qual é o problema? Se for aumentado no trabalho e tiver de pagar mais impostos, qual é o problema? Vou ter mais dinheiro na carteira. Se arrendar duas casas e tiver 1500 euros de rendimento mensal e desses 1500 euros tiver de pagar ao Estado 25% sobre as mais-valias, qual é o problema? São 25% em 1500 euros ou é preferível decidir que não quero ganhar 1500 euros em rendas para não pagar 25% ao Estado?
Isso não faz sentido e temos de mudar a nossa mentalidade. Pagar impostos ou comissões é normal. Claro que queremos pagar o menos possível, mas que não seja isso a principal razão para não nos aventurarmos em algo que nos vai trazer mais dinheiro. É chato pagar impostos? Claro que é. O valor que pagamos de impostos é injusto? Uns acham que sim, outros acham que não, mas eles vão mudando também ao longo do tempo. Depende da situação do país, depende dos governos, depende da legislação, depende dos acordos.
Isso não interessa, porque temos de viver com o que houver, com as regras atuais, sejam elas quais forem. Aquilo que lhe quero dizer neste episódio é que não pode ter medo de ganhar dinheiro só porque vai ter de pagar uma parte ao Estado ou às entidades que vão gerir esses seus investimentos. Isso é normal, faz parte. Quem me dera a mim, repito, ganhar mais dinheiro e com isso pagar mais impostos. Seria bom sinal.
Pagar metade ao Estado daquilo que recebemos é agradável? Claro que não é. Pagar 40% ou 30% não é a melhor coisa do mundo e nem o que mais desejamos, mas significa que estamos a aumentar os nossos rendimentos. Claro que não podemos é pensar que tudo o que ganhamos é líquido.
Aliás, tem um episódio anterior que explica precisamente que o dinheiro que recebemos não é líquido e bruto e, portanto, às vezes há pessoas que se esquecem que do dinheiro que ganhamos ainda temos de pagar segurança social, pagar IVA, pagar IRS e só o que resta é que é de facto nosso. Mas isso é normal. E sabendo que é normal, quando fizermos as contas aos nossos rendimentos líquidos já sabemos que é com isso que contamos, é com isso que investimos e é com isso que gerimos o nosso dia a dia.
Quero deixar-lhe esta novidade: não precisa de ter medo de ganhar dinheiro. Há pessoas que têm casas vazias e que não as arrendam com medo do trabalho que vai dar, com medo do aumento dos impostos que isso vai representar no seu dia a dia. Se conhecer alguma situação em que as pessoas por ganharem mais os impostos subiram tanto que acabaram por ficar com menos do que aquilo que ganharam, diga-me, porque gostava de conhecer uma situação assim. Até agora, desconheço.
Se ficam com uma grande fatia? Isso é certo e estamos todos de acordo, mas não acredito que ganhando mais alguém tenha prejuízo por causa dos impostos ou por qualquer outra situação. Este episódio serviu para abrirmos mais uma janela e para destruirmos mais um mito financeiro que é causado por falta de literacia financeira.
Não vamos ter receio de criar novas fontes de rendimento. Temos é de planear as despesas que vão surgir. Se alguém me disser que vai arranjar um segundo emprego para poupar mais e ter mais dinheiro para investir e melhorar a sua vida, então força. É uma decisão inteligente e coerente com os seus objetivos. Lá está, tem é de também prever as despesas que fazem parte desse aumento dos rendimentos, mas que não seja isso a impedir o seu crescimento, a sua evolução, o seu percurso em direção à sua independência e liberdade financeira.
Muito obrigado por me ter acompanhado em mais um episódio do podcast Contas-poupança. Não se esqueça de subscrever este podcast, de lhe dar as estrelinhas que entender, de acionar as notificações e de enviar as suas perguntas em áudio para o número do WhatsApp do Contas-poupança que é o 92 775 37 37.
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