Balanço do mês de Dezembro de 2020
Dezembro foi o pior mês do ano. Tal como tem acontecido todos os anos, novembro, dezembro e janeiro são péssimos quanto à produção de eletricidade com o meu painel solar fotovoltaico. Isto não tem nada de mal ou de errado. É mesmo assim. É uma questão puramente climatérica.
E assim chegámos a 4 anos de balanço. Neste preciso momento cheguei teoricamente a metade do período de amortização do painel solar. Levando em conta o desperdício para a rede, prevejo que a partir de 2026 passarei a ter “lucro”.
O meu painel solar produziu em Dezembro pouco menos de 19 kWh, o equivalente a 3,19 € na minha fatura de eletricidade.
Para vos dizer a verdade já nem me lembro dos 620 euros que investi em 2016. Se os tivesse deixado na conta à ordem, provavelmente tê-los-ia gasto em outra coisa qualquer e já nem me lembraria em quê. Considero isto mais um investimento a longo prazo.
NOTA PERMANENTE: Como já sei que muitas pessoas vão perguntar, comprar baterias (mais 6 painéis para ser suficiente para carregar as baterias) custar-me-ia cerca de 5 mil euros. Eu não tenho esse orçamento e demoraria décadas a recuperar o investimento. Assim, o “acordo” com a E-Redes (como se chama agora a EDP Distribuição) é consumir em tempo real o que o painel fotovoltaico produz e o que não consumir é oferecido para a E-Redes vender aos outros consumidores. Essa opção é boa para soluções “off-grid”, ou seja em locais isolados sem acesso a eletricidade da rede.
Os números de Dezembro de 2020
Tem aqui o gráfico da produção do painel ao longo dos meses mais recentes. Para quem está aqui pela primeira vez, ou recentemente, quero relembrar que o painel solar instala-se no telhado (aparafusa-se), aponta para sul e a tomada que sai do painel liga a uma tomada normal em sua casa (no meu caso é na tomada da arrecadação junto ao telhado, uma vez que moro num andar a meio do prédio). Sempre que há sol ele produz eletricidade. É como se fosse um frigorífico, só que em vez de gastar eletricidade, injeta eletricidade em minha casa.
A sua casa consome sempre primeiro a energia do painel. Portanto, se ele produzir o suficiente para o frigorífico e uma ou duas luzes ligadas, não vai buscar nada à “EDP”. É eletricidade de “graça”. Só tem de levar em conta o investimento.
Tem a seguir o gráfico que mostra os dias. Como pode ver, em Dezembro os dias têm sido muito fraquitos. Perfeitamente normal.
As contas
O que o painel fotovoltaico de 250 W produziu em Dezembro representou 3,19 € de poupança na minha fatura da luz, se tivesse consumido tudo o que o painel produziu no mês passado.
Neste momento o meu desafio é juntar todas estas formas de poupança diferentes para deixar de pagar eletricidade durante muitos anos. Explico neste artigo como estou a planear passar a ter faturas de eletricidade quase a zero. Ainda não consegui, mas vou no bom caminho.
Se tivesse consumido tudo o que o painel produziu teria já poupado até agora 315,36 €. O retorno do investimento continua nos 8 anos. Pelo preço dos painéis hoje, já estaria pago. O meu foi barato na altura, mas caro para os dias de hoje (tudo ficou-me em 620 euros, com instalação e material extra).
No gráfico abaixo tem a produção total do painel em kWh. Não é influenciado pelo preço que pago pela eletricidade. Este gráfico é importante porque a poupança em dinheiro é uma coisa, mas a eletricidade que ele produz é outra. Eu posso produzir mais eletricidade, mas se o preço da eletricidade baixar, a minha poupança vai ser igual ou inferior. Assim consigo comparar as duas coisas.
Compensa comprar um painel solar?
Como não consumo tudo o que o painel produz, com o aparelho de medição de consumos que tenho instalado e que mede a exportação de eletricidade, sei que em Dezembro “desperdicei” exatamente 0,75%. Ou seja, nem a 1% chegou. Gastei em tempo real praticamente tudo o que o painel produziu.
As barras são a quantidade de eletricidade que desperdiço para a rede. Se não gastar aquela eletricidade no segundo em que é produzida vai para a “EDP”/E-Redes vender a si. E eu não ganho nada com isso.
Aqui tem o meu desperdício por mês. Como pode verificar, Agosto por ser mês de férias e com a casa mais vazia, o desperdício foi quase de 25%. Nos meses normais, com apenas um painel, tenho um desperdício de 5% e agora superior a 10% porque o painel produz menos. Agora imagine alguém que tem 4 ou 6 painéis (por indicação da empresa instaladora) a quantidade de desperdício que tem, pensando que está a poupar.
Feitas as contas, dei à rede em Dezembro 0,025 € (que não poupei). Não me parece ser muito relevante.
É por estas contas que deve avaliar bem se precisa mesmo mais do que um painel solar. Um, pode e deve ter de certeza, diria. Dois ou mais, só os deve instalar se tiver a certeza de que tem gente ou equipamentos elétricos suficientes para gastarem a energia que vai estar a produzir.
Assim, o retorno real (o chamado break even) continua pelas minhas contas perto dos 10 anos (reais). Depois de passado esse tempo, o painel estará pago e terei pelo menos mais 15 anos de “lucro”. Veremos se é assim. Mensalmente continuarei a fazer aqui o balanço para o ajudar a avaliar se deve ou não comprar um (ou vários) painéis solares.