Eletricidade

Painel solar fotovoltaico – Balanço Junho e Julho de 2023 (Mês #79 e #80)

Balanço de Junho e Julho de 2023 Julho foi o melhor mês sempre. Nunca produzi tanta eletricidade com os meus 5 painéis fotovoltaicos. Por outro lado, o desperdício de energia continua muito acima dos 50%. Felizmente, já estou a vender o meu excedente (fiz contrato com a Luzboa, mas há mais empresas que compram a […]

Balanço de Junho e Julho de 2023

Julho foi o melhor mês sempre. Nunca produzi tanta eletricidade com os meus 5 painéis fotovoltaicos. Por outro lado, o desperdício de energia continua muito acima dos 50%. Felizmente, já estou a vender o meu excedente (fiz contrato com a Luzboa, mas há mais empresas que compram a sua eletricidade), portanto já estou a ganhar com o meu excedente. Devo receber o meu primeiro rendimento no final deste mês de Agosto. Estou muito curioso com o que vou ganhar com a venda de eletricidade não consumida dos painéis.

O valor é pago de 3 em 3 meses desde que o valor seja superior a 20 euros. Devo avisar desde já que não é fácil vender o excendente, sobretudo por causa da inscrição nas Finanças como produtor e corre o risco de ter de pagar (em situações excecionais) 20 euros por mês de Segurança Social porque passa a ser trabalhador independente. Ou seja, numa situação extrema pode ter prejuízo em vez de lucro. Veja isso bem, antes de asinar qualquer contrato seja com que empresa for. No meu caso isso não se aplica porque sou trabalhador por conta de outrém, por isso estou isento.

Para os que só chegarem agora a esta página quero recordar que instalei o meu primeiro painel solar em dezembro de 2016. Esse único painel custou-me na altura (com tudo incluído) 620 euros. Instalei o painel de propósito para tirar a dúvida para saber se compensava o investimento. Decidi partilhar mensalmente as contas, acontecesse o que acontecesse. A minha ideia inicial era ter o investimento pago em 8 anos. Se assim fosse, no ano que vem (em Dezembro de 2024) estaria já pago e a partir daí já teria apenas lucro.

Não estou a vender painéis nem a sugerir marcas, nem sequer o estou a tentar convencer a instalar painéis solares fotovoltaicos. É apenas para ajudar a entender como isto funciona.

Há dois anos decidi aproveitar a “promoção” do Fundo ambiental para instalar mais 4 painéis (reembolsaram 85%) e recomecei a fazer contas a partir de Novembro de 2021. Pela minha previsão, terei os 5 painéis pagos em Novembro de 2026. Se gastasse tudo o que os painéis produzem, teria uma poupança mensal média de cerca de 30 euros por mês na minha fatura de eletricidade (360 euros por ano).

Entretanto, o Governo reabriu o Fundo Ambiental para casas mais eficientes. Tem este episódio do podcast onde epxlico tudo com o detalhe possível, porque o Regulamento tem mais de 30 páginas. APROVEITE!

PODCAST | #179 – Como receber centenas ou milhares de euros do Fundo Ambiental?

Quero apenas que perceba como se fazem as contas para que você avalie também se é um bom investimento para si ou não. Não tenho nenhum interesse comercial em partilhar consigo esta informação. É pura literacia financeira. Com estes artigos mensais tem informação verídica, exata e totalmente isenta. Não o quero convencer a comprar painéis nem o quero convencer a não comprar. Você decide o que fazer com esta informação.

Sem mais demoras, vamos ao que interessa.

Em Junho, os meus painéis produziram 220 kWh e em Julho 254 kWh.

O retorno do meu investimento (com o reembolso do Fundo Ambiental incluído) continua nos 6 anos. O desperdício médio está nos 53%. Se consumisse tudo o que eles produzem, a minha poupança na fatura de eletricidade seria, em Julho, de 20,36 euros. Porquê tão pouco? Porque a Endesa, sem eu ter pedido (não foi só a mim, foi a muitos clientes) baixou o preço do kWh de 15 para 8 cêntimos o kWh. É cerca de metade! Os preços devem subir em Julho para o dobro, mas a fatura que recebi em Agosto ainda é referente ao junho.

NOTA PERMANENTE: Comprar baterias (com 6 painéis para ser suficiente para carregar as baterias) custar-me-ia vários milhares de euros. Tenho recebido mensagens de alguns leitores que dizem que já encontram baterias a preços muito razoáveis. Para já não me interessa porque demoraria décadas a recuperar o investimento. Optei por vender o excedente. O tarifário que escolhi foi o do preço SPOT menos 20% (que é o lucro da empresa que me compra a eletricidade).

Os números de Julho de 2023

Em Julho, os 5 painéis produziram o total de 254,457 kWh, com um desperdício de 56%.
A sua casa, por uma lei da física, consome sempre primeiro a energia dos painéis (porque são a fonte de energia mais próxima). Portanto, se eles produzirem o suficiente para o que a minha casa estiver a gastar naquele segundo específico (ou conjuntos de 15 minutos se tiver net metering), não vou buscar nada à “EDP” (no meu caso Endesa). É eletricidade de “graça”. Só tem de levar em conta o investimento.

As contas

Os meus 5 painéis fotovoltaicos têm um potencial de produção imediata de 1.370 W no pico do sol.
O que produziram em Julho representaria cerca de 20,36 € de poupança imediata na minha fatura da luz, se tivesse consumido tudo o que o painel produziu. O meu aparelho (www.eot.pt) mede tudo minuto a minuto por isso consigo saber ao detalhe. Assim, sei que poupei realmente 8,89 € na minha fatura da luz (valores reais com IVA incluído).

 

Leia também: Como os vendedores podem tentar fazer com que compre mais painéis do que aqueles que precisa

Entre 2016 e Novembro de 2021, tive apenas um painel instalado com o qual poupei 376 € em eletricidade. O retorno do investimento (ROI – Return of Investment) estava nos 8 anos.
Portanto, a partir de Novembro de 2021, com a instalação de mais 4 painéis, “zerei” o meu investimento e estou a apresentar-vos mensalmente as minhas contas em relação ao que investi a mais e ao que estou a poupar desde esse momento (subtraindo o que já tinha amortizado do primeiro painel).
Nestes 21 meses, já produzi 558 euros de eletricidade mas só aproveitei na realidade 262 euros, ou seja uma média de 12,49 euros de desconto “verdadeiro” na fatura. Agora, com o reembolso do fundo Ambiental efetuado, as minhas contas ficam nos 6 anos, que é menos 2 anos do que o que calculei desde o início, em 2016.

Esta é a minha situação atual, que atualizarei todos os meses. Assim que começar a receber da venda dos painéis, a amortização será mais rápida.

No gráfico abaixo tem a produção total dos painéis em kWh. Não é influenciado pelo preço que pago pela eletricidade.

Este gráfico acima é importante porque a poupança em dinheiro é uma coisa, mas a eletricidade que ele produz é outra. Eu posso produzir mais eletricidade, mas se o preço da eletricidade baixar (como atualmente), a minha poupança vai ser igual ou inferior. Por outro lado, se o preço da eletricidade aumentar (como vai acontecer nas minhas próximas faturas) , a minha poupança vai ser maior. Assim consigo comparar as duas coisas e – ao mesmo tempo – avalio a eficiência do painel para saber se devo acionar a garantia ou não. Se a eficiência baixar para os 80% antes de 20 anos, posso reclamar. Como vê, nestes 7 anos não identifiquei ainda nenhuma perda de eficiência.

Não gasto 1 cêntimo em manutenção. Vou ao telhado duas ou 3 vezes por ano passar um pano para tirar a poeira.

Compensa comprar um painel solar?

Para receber em juros todos os meses o valor líquido de 13 euros, teria de ter 8 mil euros em Certificados do tesouro a 2,5% de juros. Consigo esse resultado limpo com cerca de 1.000 euros gastos em painéis solares. Faça as suas contas.

Deve avaliar bem se precisa mesmo mais do que um painel solar. Um, pode e deve ter de certeza, diria. Dois ou mais, só os deve instalar se tiver a certeza de que tem gente ou equipamentos elétricos suficientes para gastarem a energia que vai estar a produzir em tempo real (nas horas de mais sol), ou então se os conseguir verdadeiramente a preço de saldo. Também tem a hipótese de vender o excedente. Assim ganha duas vezes.


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