A Polícia de Segurança Pública (PSP) registou um aumento de 25% nas queixas de burlas por falso arrendamento nos primeiros três meses do ano, em comparação com a mesma altura de 2024. No total, foram 390 participações.
A PSP alertou que este crime, geralmente associado à burla informática, tem uma "crescente expressão", com um total de 4267 crimes de burla por falso arrendamento nos últimos três anos.
A PSP reforça que tem existido "uma elevada quantidade de ocorrências diárias participadas" e que, por consequência da evolução digital, os métodos utilizados pelos burlões são mais difíceis de detetar, tornando-se cada vez mais sofisticados e perigosos.
Como têm acontecido as burlas?
Os métodos dos burlões têm evoluído, pelo que a PSP explicou algumas das formas como os criminosos agem. No universo das fraudes informáticas, as burlas em plataformas de alojamento online tornaram-se "um problema crescente". As vítimas são levadas a pagar antecipadamente por imóveis que não existem ou já estão ocupados, acreditando estar a fazer uma reserva verdadeira,
De acordo com a PSP, estes esquemas ocorrem frequentemente através de anúncios online e nos classificados dos jornais, em que se oferecem casas a preços muito atrativos e muitas vezes até com imagens e moradas reais.
Os burlões acabam por estabelecer contacto por e-mail ou telefone, negociam o pagamento e levam as vítimas a transferir dinheiro por transferência bancária, cheque ou até envio de dinheiro, sendo que no final a vítima perde o montante que pagou e nunca tem acesso ao imóvel.
No comunicado onde divulgou os dados relativos ao aumento das queixas por este tipo de crime, a PSP deixou ainda alguns exemplos de como os criminosos procedem após levarem as vítimas a realizar o pagamento.
Assim que se confirma a entrada do dinheiro na conta bancária, os burlões retiram o anúncio do imóvel da internet, desligam todos os contactos que utilizaram no processo e deixam de responder a e-mails. Nesse momento, a vítima acaba por se aperceber de que foi burlada.
Contudo, por vezes mesmo depois de confirmada a entrada de dinheiro na conta dos criminosos, alguns burlões mantêm contacto com a vítima durante algum tempo. Nestes casos, as vítimas só percebem que foram burladas já depois de feita a viagem para o seu destino, constatando no local que a casa que pensavam ter arrendado afinal não existia.
Como evitar burlas?
Se está a pensar arrendar uma casa nos próximos tempos, há algumas coisas a que deve ter atenção para evitar cair em burlas. A PSP aconselha a que os cidadãos procurem sites, jornais ou empresas de classificados que garantam a confirmação da veracidade dos anúncios e também a desconfiarem de anúncios em que os preços são abaixo do valor de mercado.
A melhor forma de perceber se os preços apresentados estão ou não em linha com o que habitualmente se pratica é procurar outros imóveis com características semelhantes e situados na mesma área geográfica.
Também é aconselhada a pesquisa dos dados do imóvel na internet para verificar se não existem referências a burlas anteriores com aqueles dados e, sempre que se inicia um processo deste tipo, pedir sempre mais dados sobre a habitação que podem incluir fotografias do interior, cópia de contratos de fornecimento de eletricidade, luz ou gás para verificar se os dados de identificação e endereço indicado batem certo.
Além disso, os cidadãos devem estar atentos aos pormenores da habitação e verificar se os mesmos coincidem com a morada que é fornecida, procurando nos mapas disponíveis na internet. A PSP aconselha ainda a pesquisa das imagens apresentadas no anúncio a fim de verificar se são verdadeiras e se o nome que está associado ao IBAN fornecido para o pagamento coincide com o do proprietário/empresa ou anunciante.
Acima de tudo, a polícia apela a que se evite qualquer tipo de transferência monetária para pessoas que anunciam o arrendamento de imóveis na internet sem que haja a certeza de que o anunciante é legítimo.
Os arrendatários devem contactar imediatamente o banco se o anunciante informar que não recebeu qualquer valor ou que existem problemas no processamento do pagamento, solicitando nova transação e, caso se verifique a existência de fraude, cancelar imediatamente o pagamento já efetuado.