Um exemplo prático (o meu)
Esta crise recente com a subida súbita e grave da Euribor veio – espero eu – ensinar-nos a importância de controlarmos os nossos gastos com o nosso crédito à habitação e com o seguro de vida associado.
Durante mais de 10 anos, eu achei que estava “casado” com o banco e que não havia nada a fazer em relação às subidas constantes do Seguro de vida. Só quando comecei a fazer as reportagens do Contas-poupança é que percebi que tinha uma palavra a dizer em relação à forma como gasto o meu dinheiro e aos créditos e responsabilidades que assumo ao longo da vida.
A primeira coisa que percebi é que devo começar qualquer crédito da melhor maneira possível. O segredo está em fazer o crédito não no banco que conheço, mas no que me der as melhores condições possíveis no momento.
A segunda coisa que aprendi, é que se não consegui a primeira, há uma forte possibilidade de eu melhorar a minha situação atual, comparando e renegociando com outros bancos e seguradoras.
A terceira lição é a importância de liquidar todos os meus créditos mais cedo, com amortizações antecipadas. Cada ano que passa estou a dar lucro a outros que não eu.
Para perceber como isto é sério, hoje recebi um telefonema de um amigo que (após uma renegociação dura e longa) vai reduzir a prestação do crédito à habitação em 600 euros por mês. Sim, leu bem! 600 euros por mês. Envolveu uma consolidação de créditos, mas repare como isto pode mudar a vida financeira de uma pessoa. Cada caso é um caso. E é você que tem de lutar por melhorar a sua situação. Não é o seu banco, nem a sua seguradora, nem os seus familiares, colegas ou vizinhos.
Para lhe mostrar como faço, vou partilhar consigo as minhas contas pessoais.
Eu faço um gráfico mensal com todas as minhas despesas por categorias, desde 2012. Portanto, tenho um retrato fiel das minhas finanças pessoais dos últimos 12 anos. Uso um programa português chamado “Boonzi”. Pesquise na internet. Tem uma versão grátis e uma versão paga. O apoio técnico foi, entretanto, descontinuado. Tenho pena.
Quero que preste atenção aos gráficos seguintes. É o meu crédito à habitação e o respetivo seguro de vida registados ao cêntimo.
Como pode ver, todos nós fomos muito afetados pela subida da Euribor. A minha prestação do crédito à habitação duplicou. Mas, como percebi (e partilhei aqui muitas vezes) que a Euribor negativa não ia durar para sempre, fui colocando de lado as poupanças respetivas e amortizei o máximo que pude em 2023 (aproveitando o facto de não haver comissão de amortização). Como pode ver no gráfico, sempre que amortizei, a prestação baixou na proporção da amortização.
Perceba que cada amortização que quiser, mesmo que seja de 1 euro, significa que TODAS as prestações até ao fim do contrato vão ser menores. É matemática. Não é teoria. Amortiza: poupa! Só depende do valor amortizado.
Mas uma das maiores poupanças esteve e continua a estar no seguro de vida.
Como pode ver na linha de baixo, continuo a baixar o seguro de vida sempre que amortizo o meu crédito à habitação e sempre que renegociei o prémio com a seguradora atual e depois quando mudei MESMO de seguradora. Cuidado que o banco pode aumentar-lhe o spread se mudar de seguradora sem o acordo dele.
No meu caso, cheguei primeiro a acordo com o banco, antes de mudar.
Como verá no gráfico seguinte, há uma enorme diferença entre quem “deixa andar” e não faz nada e quem arregaça as mangas e atira-se a esta missão de baixar o seguro de vida.
Não lhe estou a dizer que é fácil, nem que vai conseguir. Cada caso é um caso. Mas que é possível é.
Na linha de cima tem uma simulação do que eu estaria a pagar se não tivesse feito nada e a linha de baixo tem os valores reais após várias renegociações.
O que lhe posso dizer é que ao longo dos últimos 10 anos tenho poupado milhares de euros por simplesmente ter assumido as rédeas da minha vida financeira e ter deixado de fazer o que os bancos e seguradoras querem.
Eu preciso deles, mas eles também precisam de mim (acho eu). Portanto, o ideal é chegarmos a um entendimento em que todos ganhamos. Eles têm um serviço que eu preciso, e recebem um valor que é justo e que eu estou disposto a pagar.
Consulte profissionais. Há intermediários de crédito que o podem ajudar a mudar de banco e mediadores de seguros que o podem ajudar a mudar de seguradora. Não tem de fazer isto sozinho. E num caso e no outro, os serviços deles são gratuitos. Quer melhor? Diga nos comentários o que já fez e o que conseguiu, para incentivar outros.
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