As famílias portuguesas continuam a demonstrar interesse em depósitos a prazo, o que se tem verificado pela tendência de aumento desde abril de 2023.
Em novembro do ano passado, de acordo com dados divulgados pelo Banco de Portugal (BdP) esta quinta-feira, o stock de depósitos de particulares (dinheiro à ordem e a prazo) totalizava quase 192 mil milhões de euros, mais 2.361 milhões de euros do que em outubro. Esta variação resulta do aumento de 1730 milhões de euros (à ordem), e de mais 632 milhões de euros nos depósitos a prazo.
Ora, isto significa que os portugueses aplicaram mais 632 milhões de euros em depósitos a prazo em novembro de 2024, um aumento de 7,8% face ao mesmo mês do ano anterior, ainda que os depósitos a prazo já estejam a render menos que os Certificados de Aforro desde outubro do ano passado.
De recordar que em outubro do ano passado a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo tinha caído pelo décimo mês consecutivo, ficando pelos 2,39%, valor inferior à taxa de juro base de 2,5% garantida pelos Certificados de Aforro.
Assim sendo, em outubro de 2024, os novos depósitos com prazo até um ano tinham apresentado uma taxa de juro média de 2,41%, mantendo-se o prazo com remuneração média mais elevada.
No caso dos novos depósitos com prazo entre um e dois anos, a taxa de juro média fixou-se em 1,76%, ao passo que para aplicações por período superior a dois anos, a taxa ficou pelos 1,89%.
Embora os Certificados de Aforro garantam, para já, uma taxa de juro base de 2,5% - a que acresce os prémios de permanência -, a situação vai mudar a breve a prazo. A Euribor a três meses, utilizada para calcular a taxa de juro base desse produto financeiro, já está consistentemente abaixo dos 3% desde o início de dezembro e a tendência será para continuar a cair.
Até ao final de janeiro os aforradores ainda podem contar com a taxa de juro base de 2,5%, mas sabendo que a média do mês passado já foi de 2,825%.
No gráfico seguinte pode avaliar a evolução dos Certificados de Aforro até dezembro de 2024, os dados disponíveis mais recentes.