A taxa de juro média dos novos depósitos a prazo voltou a cair em outubro pelo décimo mês consecutivo, fixando-se em 2,39%, de acordo com dados divulgados pelo Banco de Portugal (BdP) na passada quarta-feira.
Em dezembro do ano passado, a taxa de juro média para os novos depósitos a prazo tinha atingido o pico, estabelecendo-se em 3,1%, mas começou a decrescer gradualmente a partir de janeiro deste ano.
Desta forma, em outubro, os novos depósitos com prazo até um ano tinham apresentaram uma taxa de juro média de 2,41%, mantendo-se o prazo com remuneração média mais elevada. No caso dos novos depósitos com prazo entre um e dois anos, a taxa de juro média fixou-se em 1,76%, ao passo que para aplicações por período superior a dois anos, a taxa ficou pelos 1,89%.
De recordar que no mês de setembro, os depósitos já só rendiam em média 2,55%, valor já muito pouco acima da taxa de juro base de 2,5% dos Certificados de Aforro. Com as quebras de outubro, para 2,39%, passaram oficialmente a render menos que os Certificados de Aforro, que para já ainda têm os 2,5% de taxa base garantidos.
Contudo, não se sabe por quanto mais tempo o juro base estará garantido, uma vez que a Euribor a três meses, utilizada para calcular a taxa de juro dos Certificados de Aforro, já está abaixo dos 3%. Pode observar a evolução dos Certificados de Aforro até novembro, últimos dados disponíveis, no gráfico seguinte.
Quebras deverão continuar com perspetivas de mais cortes nos juros
A descida dos juros dos depósitos era expectável considerando a progressiva descida das taxas Euribor, que têm vindo a aliviar também por força dos cortes que o Banco Central Europeu (BCE) tem realizado desde junho.
Este ano já foram feitos três cortes nas taxas de 25 pontos base cada um e a perspetiva dos economistas é que a próxima reunião do BCE, a última de 2024, traga mais uma descida de 25 pontos base.
De acordo com uma sondagem da Bloomberg a que a Lusa teve acesso, a maior parte dos economistas inquiridos não só antecipam um corte de mais 25 pontos base na próxima reunião, como acreditam que esse ritmo continuará até junho do próximo ano, colocando para essa altura a redução da taxa para os 2%, algo que só era esperado para daqui a um ano.