Tarifários indexados voltam a ser uma opção - Esteja atento
Há um ano que a eletricidade (no indexado) não estava tão barata. Pelas contas que fiz à média de maio, os tarifários indexados de eletricidade voltaram a compensar face aos tarifários fixos.
Se bem se lembra, entre 2019 e 2021 e entre 2022 e junho de 2024 quem aderiu a este tipo de tarifários (nas empresas mais baratas), poupou centenas ou até milhares de euros.
Depois - desde o verão do ano passado - deixou de compensar e "aconselhei" as pessoas a saírem desse tarifário até nova indicação. Neste momento, alerto-o que, pelas minhas contas, os tarifários indexados voltaram - desde março de 2025 - a ser uma opção a considerar. Há 3 meses que estão com preços imbatíveis. Ninguém sabe se a tendência vai continuar, mas este é o retrato atual.
O que são tarifários indexados
Para quem não sabe do que estamos a falar, há dois tipos de tarifários de eletricidade: um em que paga mensalmente um tarifário fixo pelo kWh e outro em que o preço é variável todos os meses, conforme o preço a que as empresas compraram a eletricidade nesse mês- seja caro ou barato - e acrescentam uma margem de lucro fixa (o ideal é perto de meio cêntimo). O tarifário indexado vale a pena quando a eletricidade está barata, mas deve sair dele quando a eletricidade (no mercado "abastecedor") está cara.
Aviso também que alguns consumidores achavam que estavam a poupar nos tarifários indexados porque olhavam para a fatura, mas esqueciam-se de somar as Tarifas de Acesso às Redes (TAR) ao preço do kWh que viam na fatura. Ou seja, devem somar sempre mais 6 cêntimos ao preço da energia + a margem de lucro (se não estiver contemplada no preço da energia).
A ideia é estarmos sempre atentos, para reorganizamos a nossa vida - de acordo com as alterações nos mercados - e gastarmos sempre o menos possível. Ser um consumidor informado é isto: agir de acordo com as circunstâncias.
Se não sabe o que é um tarifário indexado de eletricidade, leia este artigo (foi escrito quando compensava bastante).
O indexado voltou a ser o mais barato em maio
A média de maio, já com o mês completo, ficou nos 25,79 euros o MegaWatt/hora (mais uns cêntimos do que em abril). Com este valor, o preço final do indexado foi de mais ou menos 10,5 cêntimos o kWh. Ou seja, muito abaixo dos fixos mais baratos (14 cêntimos) e abaixo do regulado (16 cêntimos). Há consumidores a pagar 19 e 20 cêntimos. Como pode ver abaixo, houve muitos dias/horários em que a eletricidade esteve "de graça". Contudo, já se nota uma tendência de subida nas últimas semanas, Vamos ver como será em Junho.
Seja qual for a sua situação, tente primeiro renegociar os preços junto da sua própria empresa. Por exemplo, algumas empresas baixam os preços a alguns clientes que pedem. Pode ler aqui o exemplo que tive com uma. Quase todas as empresas fazem isso, se ameaçar mudar de empresa e mostrar que há preços mais baixos na concorrência.
Num artigo que irei publicar nos próximos dias, farei a lista das 10 empresas mais baratas este mês.
Não se esqueça de que deve levar em conta também o preço da potência contratada. Pode alterar estas contas, sobretudo para quem tem consumos muito baixos. Mas continuo a insistir que, na minha opinião, deve levar em conta sobretudo o preço do kWh como critério principal, porque é o que mais pesa na fatura.
Mudem sempre que encontrarem um kWh mais barato noutra empresa. Faça as suas contas.
De seguida, tem a fatura real de um cliente de eletricidade com tarifário indexado (é de um familiar meu).
Para encontrar as empresas que têm tarifários mais baratos use o simulador da ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos) ou pesquise no Google “tarifários eletricidade”, contacte as empresas e compare o preço do kWh que está a pagar na sua fatura com os preços que lhe oferecerem. São elas que tratam da passagem da sua empresa atual para a nova. Não tem de fazer nada. Não tenho ligação a nenhuma empresa. Você escolhe a que quiser.
Se quiser poupar, tem de estar atento e ser uma pessoa informada. E agir com rapidez assim que encontrar mais barato. Verifique regularmente os tarifários das várias empresas e compare com o que está a pagar.
O indexado pode continuar a compensar nos próximos meses. Esteja atento para decidir rapidamente para poupar outra vez. Fica o alerta. E se subir, é só sair outra vez.
Um tarifário inovador e automático
Deixo também o alerta de que já há empresas que estão a fornecer um tipo de tarifário inovador muito prático em que dentro da própria empresa, ela muda automaticamente para o indexado quando compensa, e quando deixa de compensar volta automaticamente também para o fixo, com os valores definidos no contrato (que podem ser melhores ou piores do que o restante do mercado). O cliente não precisa estar preocupado em acompanhar o mercado indexado, nem tem de fazer nada.
Não tenho nenhuma ligação a nenhuma empresa e isto não é publicidade nem um conselho para aderir a este tarifário. Nem ninguém me pediu para falar dele. Quero apenas que conheça esta alternativa no mercado. Tem de investigar por si. Acredito que brevemente haverá mais empresas com este tipo de tarifário automático.
Como funciona? Eles explicam: é um plano que muda automaticamente a tarifa do cliente entre indexado e fixo consoante as previsões do OMIP (mercado de futuros). A mudança ocorre normalmente entre 1 a 2 vezes por ano, por forma a aproveitar as baixas de preço no mercado ibérico – OMIE (indexado) e, prevendo-se a subida de preços, passam para a tarifa de preços fixos. E depois volta ao indexado, e ao fixo, e ao indexado, e assim sucessivamente.
Pessoalmente, prefiro ser eu a gerir quando entro e saio de um tarifário e de uma empresa, mas para quem não quer ter esse trabalho e ter quase a certeza de que estará sempre a poupar alguma coisa, pode ser uma opção interessante. Avalie.
Em resumo, há 3 meses que compensa o tarifário indexado de eletricidade. Se gasta 300 kWh por mês e está no mercado regulado, ao mudar pode poupar 20 euros por mês, ou seja, 240 € por ano. Com esta informação, fará o que entender.