Eletricidade

Painel solar fotovoltaico – Balanço de Setembro e Outubro de 2021 (meses #57 e 58)

Balanço de outubro de 2021 E eu que pensei que tinha feito o balanço de setembro e afinal não fiz. Desculpem. Vai agora tudo junto e com grandes novidades. Acabei de instalar esta semana mais 4 painéis solares fotovoltaicos. Se bem se recordam, durante estes 4 anos sempre disse que no meu caso era um […]

Balanço de outubro de 2021

E eu que pensei que tinha feito o balanço de setembro e afinal não fiz. Desculpem. Vai agora tudo junto e com grandes novidades. Acabei de instalar esta semana mais 4 painéis solares fotovoltaicos. Se bem se recordam, durante estes 4 anos sempre disse que no meu caso era um disparate ter mais do que um painel porque só ia gerar desperdício. Depois comecei a pensar em instalar mais um. E agora acabei por instalar mais 4 e assim fico com 5. O que me fez mudar de ideias? Vou escrever mais tarde um artigo só sobre isso.

Para já vamos então às ÚLTIMAS CONTAS com apenas um painel fotovoltaico de 250 W, que tenho desde dezembro de 2016. Agora já está com companhia lá no telhado :).

Para já, outubro foi um mês “normal” de descida de produção. É sempre assim todos os anos e o mês de novembro será ainda pior. Só em Janeiro é que recuperará. Em todo o caso até foi um mês bastante bom, excepto nos dias em que houve temporal (talvez ainda se lembre). Neste gráfico dos dias tem o detalhe de apanhar o primeiro dia em que já estavam a funcionar mais 4 painéis. É uma diferença brutal na quantidade de energia produzida. Infelizmente vou ter um desperdício enorme nos dias de semana. Ao fim de semana até podia ter mais que não chegava.

NOTA PERMANENTE: Como já sei que muitas pessoas vão perguntar, comprar baterias (com 6 painéis para ser suficiente para carregar as baterias) custar-me-ia vários milhares de euros. Eu não tenho esse orçamento e demoraria décadas a recuperar o investimento. Assim, o “acordo” que fiz com a E-Redes (como se chama agora a EDP Distribuição) é consumir em tempo real o que o painel fotovoltaico produz e o que não consumir é oferecido para a E-Redes vender aos outros consumidores. Essa opção é boa para soluções “off-grid”, ou seja em locais isolados sem acesso a eletricidade da rede.

Acima tem também o link para o artigo onde explico o que tem de fazer para vender o que não quiser oferecer à rede, com as vantagens e desvantagens. No meu caso não posso porque só se pode vender o excedente se produzir 300 W ou mais. Há ainda uma enorme confusão sobre o funcionamento do net metering de 15 minutos que, pelos relatos que me estão a chegar, não estão a ser calculados (nem bem nem mal).

Os números de outubro de 2021

Tem aqui abaixo o gráfico da produção do painel ao longo dos meses mais recentes. Para quem está aqui pela primeira vez, ou recentemente, quero relembrar que o painel solar instala-se no telhado (aparafusa-se), aponta para sul e a tomada que sai do painel liga a uma tomada normal em sua casa (no meu caso é na tomada da arrecadação junto ao telhado, uma vez que moro num andar a meio do prédio).

Tem AQUI o vídeo com a instalação do meu painel.

Sempre que há sol, ele produz eletricidade. É como se fosse um frigorífico, só que em vez de gastar eletricidade, injeta eletricidade em minha casa.

A sua casa, por uma lei da física, consome sempre primeiro a energia do painel. Portanto, se ele produzir o suficiente para o frigorífico e uma ou duas luzes ligadas, não vai buscar nada à “EDP”. É eletricidade de “graça”. Só tem de levar em conta o investimento. 

Como pode ver, o painel produziu 37,5 kWh em setembro e quase 31 kWh em outubro. Ou seja, em teoria, é o equivalente a engomar durante 30 horas de “graça” com um ferro de 1.000 W. Não é mau. 

As contas

O que o painel fotovoltaico de 250 W produziu em outubro representou cerca de 5 euros de poupança na minha fatura da luz, se tivesse consumido tudo o que o painel produziu no mês passado. Mas tive um desperdício 6%, que ofereci à rede. O meu aparelho mede tudo minuto a minuto por isso consigo saber ao detalhe.

Leia também: Como os vendedores podem tentar fazer com que compre mais painéis do que aqueles que precisa

Como pode ver neste gráfico, o desperdício do meu painel em outubro é quase negligenciável. “Perdi” 31 cêntimos, que ofereci à rede porque não os consegui gastar no momento em que o painel produziu aquela eletricidade. No mês que vem vai ser assustador, mas como já sei que isso vai acontecer, não estou preocupado. É uma perda consciente a pensar no futuro. 

Se tivesse consumido tudo o que o painel produziu desde 2016 teria já poupado até agora 376 €. O retorno do investimento continua nos 8 anos. Pelo preço dos painéis hoje, já estaria quase pago. O meu foi barato na altura, mas caro para os dias de hoje (tudo ficou-me em 620 euros, com instalação e material extra).

No gráfico abaixo tem a produção total do painel em kWh. Não é influenciado pelo preço que pago pela eletricidade. Se reparar no gráfico anterior,  parece que poupo cada vez menos. E é verdade. Como tenho renegociado o preço da eletricidade mais ou menos de 6 em 6 meses, pago cada vez menos por kWh de eletricidade (enquanto a maior parte das pessoas se queixa de que paga cada vez mais). Portanto, cada vez que baixo o preço do kWh, poupo menos com o que o painel fotovoltaico produz. Por mim, está ótimo.

Este gráfico é importante porque a poupança em dinheiro é uma coisa, mas a eletricidade que ele produz é outra. Eu posso produzir mais eletricidade, mas se o preço da eletricidade baixar, a minha poupança vai ser igual ou inferior. Por outro lado, se o preço da eletricidade aumentar, a minha poupança vai ser maior. Assim consigo comparar as duas coisas e ao mesmo tempo avalio a eficiência do painel para saber se devo acionar a garantia ou não. Se a eficiência baixar para os 80% antes de 20 anos dão-me um novo.

Até agora, os picos máximos nestes 4 anos mantêm-se iguais (nos 45 kWh mensais nos melhores meses), logo não tenho nenhuma razão para reclamar. Estão bons. Não gasto 1 cêntimo em manutenção. Vou ao telhado duas vezes por ano passar um pano para tirar a poeira.

Compensa comprar um painel solar?

É por estas contas que acabou de ver que deve avaliar bem se precisa mesmo mais do que um painel solar. Um, pode e deve ter de certeza, diria. Dois ou mais, só os deve instalar se tiver a certeza de que tem gente ou equipamentos elétricos suficientes para gastarem a energia que vai estar a produzir em tempo real (nas horas de mais sol).

Assim, o retorno real continua pelas minhas contas perto dos 8 anos (reais). 

Depois de passado esse tempo (8 anos), o painel estará pago e terei pelo menos mais 15 anos de “lucro”. Já só falta metade desse tempo, uma vez que 4 anos já passaram. Veremos se é assim. Mensalmente continuarei a fazer aqui o balanço para o ajudar a avaliar se deve ou não comprar um (ou vários) painéis solares.

Mesmo que não esteja virado para este tipo de instalações, pelo menos fica a saber como funcionam e qual é o grau de poupança que pode alcançar, sem exageros ou falinhas mansas. Aqui tem um caso real, isento, que o ajuda a avaliar se isto é uma opção para si. E sem nenhuma intenção de o convencer a comprar nada.


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