Se aquilo que queria saber é se os juros vão voltar a subir, a resposta é não. Vão ficar exatamente na mesma, ou seja, no máximo de até 2,5% ao ano, mais os prémios de permanência. O prazo também continua o mesmo: ao fim de 15 anos, o seu dinheiro volta para a conta à ordem.
Taxa-base
A taxa-base é determinada mensalmente no antepenúltimo dia útil do mês para vigorar durante o mês seguinte, através da média dos valores da Euribor a três meses observados nos últimos dez dias úteis antes do cálculo. O resultado é arredondado à terceira casa decimal. Não pode ser superior a 2,5% nem inferior a 0%.
Prémios de permanência
O prémio de permanência é somado à taxa-base a partir do 2.º ano.
- Do início do 2.º ano ao fim do 5.º ano, soma-se 0,25 % à taxa-base.
- Do início do 6.º ano ao fim do 9.º ano, soma-se 0,50 % à taxa-base.
- Nos 10.º e 11.º anos, soma-se 1 % à taxa-base.
- Nos 12.º e 13.º anos, soma-se 1,50 % à taxa-base.
- Nos 14.º e 15.º anos, soma-se 1,75 % à taxa-base.
Os juros têm capitalização automática a cada 3 meses
No final de cada trimestre, os juros a que tiver direito são automaticamente somados à sua poupança, para que ela renda mais no trimestre seguinte.
Máximo de subscrição passa para o dobro
A grande mudança é no montante máximo que pode subscrever: eram 50 mil euros, agora passa para o dobro. De 50.000 € para 100.000 € e na soma das séries E+F passa de 250 mil para 350 mil.
Depósitos a prazo já estão a baixar
Os bancos em Portugal já começaram a descer a taxa de juro dos depósitos a prazo. A média em agosto - diz o Banco de Portugal - já foi de 2,58% (para prazos abaixo de 1 ano), e a mais de 1 ano já desceu para 2,23%. Ou seja, neste momento, os Certificados de Aforro já voltaram a ser mais rentáveis do que a maioria dos depósitos a prazo dos bancos.
Foi a pensar na previsível nova procura dos Certificados que os montantes foram agora alargados. Os CTT já notam essa tendência desde Abril, à medida que os depósitos a prazo vão chegando ao fim dos seus prazos e é preciso voltar a colocá-los a render.
Os Certificados de Aforro não têm comissões de manutenção de conta, nem comissões de subscrição ou de resgate. Para além destas vantagens, pode resgatar o valor que quiser após 3 meses e tem o capital completamente garantido pelo Estado.
Como abrir conta de Certificados de Aforro
Para abrir a primeira conta de Certificados de Aforro vai ter de ir presencialmente a uma estação de Correios, ou abrir conta online no banco BIG (até ao momento, é o único banco que aceitou vender também Certificados de Aforro).
Depois de fazer isso, pode fazer tudo online: subscrever, consultar ou resgatar.
Para subscrever, por exemplo, 10 euros em Certificados de Aforro, basta abrir a app dos CTT no telemóvel, dizer quanto quer subscrever, neste caso 10 euros, mas podiam ser 1.000, 10 mil ou 100 mil, cria uma referência multibanco, paga e já está.
Na aplicação do Banco BIG é exatamente a mesma coisa, diz quanto quer subscrever, faz o pagamento ou transferência e o seu dinheiro começa imediatamente a render juros. Como vê, é simples e pode fazer isto em qualquer banco de jardim, esplanada, em casa ou onde quer que esteja.
Também pode subscrever certificados de Aforro diretamente na página aforronet.igcp.pt, depois de se inscrever.
Herdeiros vão ser avisados
Por último, há mudanças também na questão dos herdeiros. Todos os anos, milhões de euros iam para os cofres do Estado, porque os herdeiros não reclamavam os Certificados de Aforro porque não sabiam da sua existência. O valor prescrevia passados 10 anos.
Com as novas regras, o prazo passa a ser de 20 anos e começa a contar a partir da data da morte do aforrista. Para além disso, vai começar a haver cruzamento de dados entre o Instituto de Registos e Notariado, o IGCP e a Autoridade Tributária. Sempre que forem identificados, os herdeiros passam a ser notificados da existência dos Certificados de Aforro.
Certificados antigos precisam de atualização de dados
Já agora, se tem Certificados de Aforro muito antigos, se quiser resgatar esse dinheiro vai ter de atualizar presencialmente os seus dados pessoais, nos correios. No caso de pessoas muito idosas e acamadas, isso está a gerar vários problemas. Os CTT informam que as regras não são deles, mas do IGCP. A única solução é mesmo alguém trazer uma Procuração. Sem isso não conseguem levantar o dinheiro.
Em certificados de Aforro, depósitos a prazo, ou outros produtos de poupança, não deixe é o seu dinheiro ser comido pela inflação. Há milhares de portugueses com milhares de euros na conta à ordem sem se aperceberem de que estão literalmente a perder dinheiro.
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